Tudo sobre o Pipemaster

A última etapa do tour acontece na onda mais conhecida e enigmática do mundo. Mesmo quem não está envolvido com o Surf, muitas vezes já ouviu falar dessa mítica onda. Perigosa, cavernosa, barra pesada, temperamental e, quando está clássica, muito, muito crowd. E não é um crowd comum, é o crowd com os melhores surfistas do CT, do QS, dos aspirantes a profissionais do mundo todo, e dos locais mais casca grossa e com Surf no pé que existe no planeta.

Todas essas características apenas servem para valorizar mais o espetáculo do Pipe Master. O entusiasmo em estar com apenas outros poucos competidores dividindo essa onda tão almejada pelo mundo do Surf, fica nítido na cara de cada um dos profissionais do tour.  Esse ano não tem a luta pelo título mundial que já está decidido, mas ainda tem o título da tríplice coroa, a luta para entrar no WCT ou permanecer nele no ano que vem, e é claro, o próprio título do Pipe Master. Título esse, que sem dúvida alguma, é o mais valorizado entre todas as etapas do Tour e pode garantir “moral” para o felizardo entre os locais do Hawaii.
Não sei se cabe me alongar muito sobre a onda, já que todos que acompanham o Surf reconhecem bem Pipe e sabem que o tubão quebra em uma bancada rasa, cheia de cavernas subterrâneas. A direita, todos sabem, que é Backdoor, uma onda talvez menos oca, mas mais longa e ainda mais rara do que Pipeline.

Um fato curioso, pelo menos para quem lá nunca esteve, é que Pipeline não é sempre uma onda perfeita. Pelo contrário, no dia-a-dia do North Shore de Oahu, há ondas muito mais constantes, como Rock Point, Vland, Sunset, etc.. Pipeline pequeno é estranho, meio deformada, quebrando perto da areia. Entretanto quando o swell certo entra e as variáveis todas se alinham, não há nada parecido a Pipe! A notícia corre muito rapidamente e como mágica o crowd mais difícil do mundo está de plantão esperando pela próxima onda da vida.

As pranchas em Pipe. Normalmente os pros usam pranchas maiores e mais esticadas e quase sempre com rabeta round. As pranchas têm bastante rocker e são “presas” para segurar no trilho e nos tubos de Pipe e Backdoor. Veja abaixo as pranchas que alguns pros devem usar em Pipeline durante o Pipemaster:

Parko vai com uma série de JS Forget me Not, que variam de 6'2" x 18 7/8" x 2 3/8" - 28.1L até 6´6 x 18 7/8 x 2 7/16 – 30.1l para os dias maiores. Caso fique merreca (para lá) ele pode usar sua Monsta 6 - 6'0" x 18 7/8" x 2 3/8" x 28.1L 

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Jordy Smith que veio de uma vitória em Sunset com sua Al Merrick Taco Grinder  6’8 x 19 x 2 1/2 , só deve usar essa prancha caso as condições fiquem gigantes em Pipe. Caso contrário, ele pode usar outras Taco Ginder menores, e se o mar não estiver dos melhores, deve cair com sua tradicional Al Merrick Girabbit  6´1 e ½ x 19 x 2 5/8.

Mineirinho deve usar sua tradicional Al Merrick Rookie como se fosse uma “step up”, ou seja, um pouco maior do que ele costuma usar caso o mar não esteja muito grande: 6´0 x 18 ¼ x 2 ¼- 25.7l. Para Pipe clássico, possivelmente mineirinho deve usar sua Al Merrick Taco Grinder 6´6 x 18 ¼ x 2 3/16- 26.5l.   

Alguns dados históricos e fatos de porquê você deve assistir a 11ª etapa da WSL, O Billabong Pipe Master:

  • Kelly Slater ganhou seu primeiro Pipe Master em 1992, há exatos 24 anos! Será que depois de tanto tempo ainda pode vencer novamente por lá?
  • 2 brasileiros ainda têm chances de se classificar para o WCT do ano que vem pelo QS caso haja combinações de resultados favoráveis a eles no Pipemaster. Os 2 brasileiros são: Bino Lopes e Jesse Mendes.
  • CJ Hobgood tirou um 10 perfeito no último campeonato do WT que participou, encerrando a carreira em alto estilo.
  • Kelly Slater ganhou o Volcom Pipe Pro no começo desse ano, uma etapa válida pelo WQS, em condições épicas que muitos falam que foram as melhores ondas que já rolaram em Pipe, em qualquer campeonato.
  • O maior vencedor do pipe Master da história vai estar na competição. Kelly Slater ganhou incríveis 7 vezes.
  • O segundo lugar fica com Andy Irons (4), seguido por Tom Carroll (3), e depois, Gerry Lopez, Larry Blair, Rory Russell e Derek Ho com 2 vitórias cada.
  • Mineirinho foi o único brasileiro da história a levantar o caneco do Pipemaster, no ano passado. Em 2014 Medina ficou com o vice em uma bateria polêmica e muito disputada com Julian Wilson, e ano passado perdeu para mineirinho na final. Imagine o quanto Medina deve estar querendo o campeonato desse ano!

E o que a previsão diz para o Billabong Pipe Master desse ano?

Hoje, quinta-feira, que é o primeiro dia de espera, a previsão é de ondas em torno de 1,5m até possíveis 2m nas séries. Pode rolar campeonato hoje. Infelizmente nos próximos dias as ondas ficam pequenas e praticamente flat.

Na segunda-feira, dia 12/12 entra um swell pequeno que deve gerar ondas de 1m e talvez até 1,5m, com vento maral.  Mas as previsões ainda estão muito incertas sobre essas condições e principalmente para os dias seguintes. O período de espera do Pipemaster acaba dia 20/12.