blog-uluwatu

Há quem não tenha gostado da solução que a WSL deu para a paralisação da etapa de Margereth River: finalizar em Uluwatu. Eu, preciso confessar, que gostei e muito dessa decisão. Não acredito em teorias conspiratórias de que Uluwatu foi escolhida para beneficiar algum(ns) surfista(s) em especial e também não acho que dá para cravar favoritos em Uluwatu.

O que eu sei e acredito é que Uluwatu é uma onda incrível, de diferentes faces e que pode proporcionar desde ondas de 2 pés para um Surf progressivo, até tubos irados e ondas de mais de 15 pés no outside corner! Um prato cheio para os melhores do mundo! Acho muito mais interessante do que a onda de Margareth River e estou bem animado para o começo do campeonato que está previsto para hoje as 8 da noite do Brasil.

A WSL pretende acabar o campeonato em 2 dias ou 3 no máximo. Em praticamente qualquer outro pico do mundo isso seria altamente arriscado. Em Uluwatu o risco é relativamente baixo porque estamos bem na temporada de ondas por lá e Uluwatu é muito consistente, sempre maior que nos outros picos quando está pequeno e aguenta praticamente qualquer tamanho de ondulação.

Em swells pequenos e médios Uluwatu funciona em todos os tipos de marés e sempre vai ter uma sessão com boas condições. Nas marés médias e baixas Racetrack oferece canudos super rápidos próximos ao reef com um tubão no final, mas que ficam bem perigosos nas marés ultra baixas. Com a maré mais alta, rolam bons tubos e ondas um pouco mais curtas em The Peak.

blog-uluwatu-girls

Quando o Swell é grande, Uluwatu se transforma em um pico de ondas grandes de “responsa”. Enquanto The peak, Racetrack e Temples ficam “over” e com espuma para todos os lados, as sessões The Bombie e Outside Corner passam a funcionar e aguentam ondas de mais de 15 pés. Se esse for o caso, os prós vão precisar de pranchas maiores e o Surf vai ficar muito mais dramático e interessante!

 Italo Ferreira aquecendo os motores nas direitas de Uluwatu:

Abaixo um pouco mais de cada seção de Uluwatu:

The Bombie:

quebra bem lá fora (outter reef) e só começa a funcionar quando as ondas são gigantes, correnteza muito forte, difícil de entrar e sair do mar e é preciso prancha bem grande para entrar na onda. Segura até 20 pés de onda e é uma das maiores e mais potentes da Indonésia.

Temples:

funciona melhor nas marés médias e altas, é como se fosse o inside de Bombie. É uma onda rápida e tubular. Fica bem perto ao Templo de Uluwatu. Por ser uma remada longa até lá, é a que tem menos crowd.

Outside corner:

é considerado por muitos uma das melhores ondas do mundo inteiro e é uma das poucas da indonésia que funciona e muito bem acima dos 8 pés. Aliás, ela começa a quebrar com 6 pés e aguenta até uns 15 pés. É uma onda super longa e exige pranchas maiores. Na maré baixa é possível pegar tubos incríveis muito pesados (lipe grosso) e super raso. Melhor deixar para os prós, nesses casos.

Racetrack:

é uma onda super tubular e muito rápida que funciona muito bem na maré baixa e é super raso. Na maré média, a onda fica um pouco mais fácil de se percorrer e pode rolar tubos mais facilmente navegáveis.

The Peak:

fica bem próximo a base da famosa caverna de Uluwatu. Funciona melhor na maré alta/ média. Tem um drop difícil, super ígrime e oferece paredes incríveis para manobras na parede e também no pocket da onda. Bem consistente.

Uluwatu é conhecido por ter uma energia diferente, muito forte. Talvez seja o templo que fica ali perto, ou a paisagem incrível com as ondas acompanhando o Cliff. De qualquer forma, quem estiver conectado com as ondas e com todo o contexto de Uluwatu, pode mais do que em qualquer outro lugar, se dar bem por ali!! Esperamos que os Deuses de Bali continuem iluminando os Brazucas!

Terima kasih!

Caio Uluwatu Siqueira