DHD para agua doce

Com 30 anos de experiência fazendo pranchas de Surf e com atletas em seu time como Mick Fanning, Steph Gilmore, Matt Wilkinson, Owen Wright, Ethan Ewing, entre outros, você pode pensar que Darren já sabe tudo que tem para saber quando se fala em fabricação de pranchas de Surf. Entretanto, como ocorre para os surfistas, o Surf Ranch fornece um novo desafio para os shapers. Depois de passar a semana com o time “A” no rancho do Slater ele saiu de lá com muitos pensamentos para melhorar a perfomance de suas DHD para água doce. Aqui vão suas principais descobertas:

Mesmos Modelos, dimensões diferentes:

“Nós trouxemos todos os modelos que nós temos trabalhado com cada surfista, mas depois de alguns dias ficou claro que todos eles preferiram usar pranchas menores. A maioria deles diminuiu uma polegada do que eles consideram suas pranchinhas de performance normais. Owen, entretanto, foi o que diminuiu mais. Ele normalmente usa uma 6´2 ou 6´3 mas ele acabou preferindo usar uma 5´11 ½ no final. Entretanto, dentro do time, nenhum deles preferiu seus modelos em Epoxi e todos ficaram no PU.

2 ondas, 2 pranchas!

“Os surfistas resolveram usar pranchas diferentes para a esquerda e a direita. De backside eles conseguiram executar manobras com mais força. Por isso, estavam usando pranchas com uma polegada a mais do que de frontside. Quando estavam de frontside o objetivo era manobras bem no crítico da onda, por isso preferiram as pranchas um pouco menores.

Não há nada como o seu tamanho de prancha favorito?

Em eventos como Snapper, Bells, Keramas e Tahiti, os surfistas vão apenas para esquerda ou direita, então conseguem fazer os ajustes no seu equipamento para essas etapas. Depois de uma semana no Surf Ranch a ideia de que eles têm um tamanho de prancha favorito foi pelo espaço. Isso muda de acordo com a onda.

Houve trocas!

Não aconteceu até quase o último dia quando Owen deu uma chance para uma das pranchas de Wilko e ficou chocado. Ela era menor e com um pouco mais de volume do que ele estava acostumado mas funcionou muito bem para ele na piscina. Então vou fazer umas adaptações nesse modelo para o Owen surfar o Surf Ranch Pro. Steph também resolveu mudar e decidiu que o modelo do Mick Fanning JBay com 6 canais e rabeta swallow foi a que funcionou melhor para ela nas direitas. A onda tem bastante força. Eu quebrei uma prancha e algumas outras foram amassadas, mas ela adorou o drive que os canais propiciaram. É raro para os profissionais mudarem de pranchas, mas isso rolou por aqui.”

Não há melhor maneira para testar pranchas!

Eu fiz o trabalho de 6 meses de teste de pranchas em uma semana. Mesmo tendo crescido e vivido na Gold Coast onde há consistentemente boas ondas, demora um tempo para o surfista usar a prancha, se acostumar, dar o feedback e depois eu implementar as melhorias. Nessa semana, os surfistas surfaram 24 ondas por dia, sendo 12 esquerdas e 12 direitas. Eu estava ou no jet-ski, ou assistindo na água (e esperando que eles caíssem da onda para que eu pudesse pegá-la) ou olhando pelo telão. Adicione a isso a todos os vídeos que os atletas tinham de seus técnicos na mão para análise imediata e você era possível ver a progressão hora a hora.

DHD Team riders take on the KSWAVECO Surf Ranch from DHD Surf on Vimeo.

Está tudo nas quilhas!

Minha intuição mais profunda diz que na piscina você precisa de quilhas mais flexíveis. Isso talvez ocorra pelo fato de estar surfando em água doce e pela força da onda. Mas brincando com densidade e tamanho das quilhas vai ser um fator bem importante de performance.

DHD para água doce WilkoWilko testando a flexibilidade de suas quilhas no Surf Ranch.

Esse é apenas o começo!

“Já que os surfistas praticamente não precisam remar, o volume das pranchas devem cair. Eles vão usar pranchas menores e mais finas. Isso significa que o equipamento ainda vai ser muito mais refinado e responsivo. Esse vai ser um dos maiores ajustes que os shapers e surfistas vão fazer. Quando eles fizerem isso, as performances vão melhorar ainda mais. Isso é apenas o começo e vai ser incrível ver até onde vai chegar”.

Traduzido do texto de Ben Mondy