O Margaret River Pro é a única parada do tour que pode proporcionar 3 tipos de ondas bem diferentes entre si. O Palco principal é uma onda super “power” em forma de A, ou seja, possibilita esquerdas e direitas com muita parede que possibilitam carves e rasgadas muito fortes. Ao lado, fica The Box que é um Slab para a direita com um drop íngreme e um tubo pesadão. A terceira opção, quando funciona, é uma das ondas mais perfeitas da Austrália proporcionando uma direita incrível e longa e possibilitando tubos insanos.
Obviamente The Box e North Point são as opções mais interessantes para nós, espectadores, e também para os Surfistas do Tour que, com algumas exceções, preferem competir em ondas “perfeitas” e “com tubos”. Com certeza, o campeonato fica muito mais interessante e emocionante nesses locais, entretanto, ambos são mais inconsistentes e precisam de condições especiais para funcionarem. Já o Main Point é super consistente em termos de swell e lida melhor com diferentes tipos de ventos.
The Box é a onda mais temperamental e precisa que o swell seja mais para oeste para funcionar bem. Além disso, precisa que o período do swell seja médio, uma vez que período baixo deixa a onda pouco tubular e período muito alto deixa a onda “over”. A maré também não pode ser muito seca porque isso deixa a bancada muito exposta. Já North Point também se dá melhor com Swell com influência de oeste mas se tiver um pouco de Sul também pode funcionar e é menos influenciada por variações de marés.
Mas e esse ano, o que a previsão indica?
Segundo a previsão oficial das ondas, hoje a noite (11-04) no horário do Brasil- não deve rolar o campeonato. Já amanhã, quinta a noite (12-04), entra um swell com uma boa influência de oeste que favorece North point a funcionar bem.
Apesar de menor do que o swell do ano passado quando rolou baterias em North Point, devido ao fato desse swell ser mais de oeste, é possível que as condições fiquem parecidas às do ano passado.. Se por acaso até lá esse Swell se enfraquecer e não rolar North Point, provavelmente o campeonato começa em Margaret com boas condições de Surf.
A semana do dia 16 parece devagar, mas no final da janela de espera, entra um novo bom swell de Sudoeste/ Oeste.
E as pranchas para Margaret River?
Os surfistas do WCT levam um quiver bem completo para usar nas 3 etapas da Austrália, com pranchinhas menores para a Gold Coast e pranchas um pouco maiores para Bells e Margaret River quando o mar sobe para ajudar nos arcos mais fortes e longos que essas ondas “pedem”.
Claro que as pranchas dependem do tamanho do Swell e de cada surfista. Se o mar estiver na casa dos 6 a 8 pés, os prós devem pranchas Step ups, com tamanhos variando de 5´11 a 6´4. Se entrar as bombas acima dos 8 pés, aí as pranchas aumentam de tamanho para facilitar a entrada nas ondas. Ondas abaixo dos 6 pés, vão pedir pranchas mais parecidas as pranchas usadas na Gold Coast (menores um pouco mais largas). Abaixo para esclarecer, peguei como exemplo o que 2 surfistas diferentes usam com ondas menores e acima dos 6 pés:
Patrick Gudauskas costuma usar uma Al Merrick Fever 5'10 x 18 ½ x 2 ¼ na Gold Coast e nos dias menores em Bells e Margaret. Quando o mar sobe acima dos 6 pés ele deve usar sua Al Merrick Taco Grinder 6'0 x 18 ½ x 2 5/16 ou alguma outra equivalente.
Mineirinho usou bastante em Bells uma Al Merrick Rook15 5´9 x 18 ¼ x 2 ¼, mas com o mar maior, ele mantém o shape (Rookie15) mas sobe o tamanho das pranchas. Em 2015, ano que foi campeão em Margaret, ele usou na final com boas ondas uma Al Merrick Rook 15, de medidas: 6´0 x 18 3/16 x 2 3/16 – 25.1l.
Observação: Claro que os profissionais têm um quiver enorme a seu dispor com pranchas muito parecidas, as vezes mudando somente uma polegada no tamanho, ou por exemplo, 1/16 a largura. Então, a coisa não é assim tão branco no preto, com uma prancha para ondas pequenas e uma step up para ondas maiores, como nós meros mortais costumamos fazer. Conforme as condições das ondas, eles vão ajustando as pranchas que vão usar em cada bateria.
