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A primeira etapa do WCT desse ano trouxe inúmeras mudanças. A começar pela eliminação do round 5 que deixou o campeonato mais rápido e dinâmico. Mas as mudanças mais drásticas dizem respeito à performance e classificação final dos surfistas da elite nessa etapa.

Que a guarda está sendo passada de uma geração de Titans como Mick Fanning, Joel Parkinson, Kelly Slater e cia a uma nova geração super talentosa, isso não é novidade. Tem acorrido há pelo menos alguns anos, com Medina, John John e Toledo puxando a fila, mas parece que o processo vem se intensificando nesse ano com os novos rookies do Tour.

O que mais me surpreende nessa nova geração de novatos é que a maioria executa muito bem todas as manobras de borda (arcos, rasgadas, cutbacks), e obviamente, têm no repertório e executam os aéreos e manobras de última geração com muita facilidade e naturalidade. Mais do que isso, a maior parte deles entuba muito bem tanto de frontside quanto de backside, o que até então costumava ser um ponto fraco em muitos novatos.

Alguns deles ainda mostram uma intimidade assustadora em ondas fortes e pesadas, desempenhando performances dignas de atletas experientes em ondas de consequência. Como se não bastasse essas fortes qualidades, eles ainda chegam no WCT com uma noção tática na bateria muito boa, além de estarem fisicamente cada vez mais em linha com o conceito de atletas de alta performance.

O que vimos nessa primeira etapa do WCT resume muito bem o meu ponto de vista. Michael Rodrigues ficou em 5º lugar na sua estreia, enquanto Griffin Colapinto e Tomas Hermes conseguiram excelentes 3ª colocações. Outro rookie que merece destaque é Mikey Wright que eliminou 2 campeões mundiais: John John Florence e Gabriel Medina com muita autoridade, e é claro, muito Surf.

Ao garantirem bons resultados na primeira etapa do Tour além da confiança adquirida, esses atletas vão estar bem classificados no ranking e no sorteio vão encontrar adversários, na teoria, mais fracos na próxima etapa. Dessa maneira, têm mais chances ainda para continuarem a performar bem durante o ano.

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Mesmo entre os novatos que não obtiveram bons resultados nessa etapa, fica evidente a qualidade técnica desses jovens surfistas e não me surpreenderia se muito em breve virmos um Jessé Mendes ou Yago Dora ou até mesmo Wade Carmichael ganhar uma etapa do WCT.

Não tenho dúvidas que é o time de novatos mais fortes dos últimos tempos.  Além disso, entre todos os 32 atletas do WCT da atualidade são pouquíssimos que tem deficiências evidentes e que não brigam por bons resultados.

Se Galvão Bueno narrasse as etapas do WCT, com certeza um de seus bordões seria: “Não existe mais bobo no Surf mundial”. Eu teria que concordar com ele e durante uma final hipotética da etapa de Saquarema de 2018, entre 2 novatos brasileiros, eu acrescentaria: “Haja coração, amigo!".

Aloha, Caio Rookie Siqueira