Não é fácil ser surfista

Não é fácil ser surfista. Mas será que hoje rola?

Todos que curtem Surf, como eu e você, já sabem que nosso esporte não é normal.  A começar pelo fato de que na prática cotidiana não há regras muito bem definidas sobre como uma onda deve ser surfada.

Cada um pode fazer o que quiser na parede de uma onda, ou se der na telha, pode até, porque não descer no “retoside”. Não há um objetivo 100% claro, uma meta ou um gol. Ou seja, a subjetividade está na raiz do esporte. O surfista deve, portanto, possuir alguma capacidade de abstração.

Mais do que essa subjetividade, o nosso campo ou arena está sempre em constante movimento. Necessita-se adaptar às condições do momento, tanto em termos de pranchas e equipamentos como de “approach” para com o oceano. Flexibilidade e dinamismo são requisitos básicos para qualquer surfista.

Além dessas características, o surfista – e principalmente o torcedor do esporte - deve ser paciente, saber lidar com a ansiedade e ter boa tolerância à frustração. Digo isso, porque as condições do mar no Brasil quase sempre frustram os surfistas mais empolgados, e também, porque o torcedor que quer acompanhar a primeira divisão do Surf (WCT) precisa ter paciência típica de um zen budista.

Todo dia da janela de espera é aquela mesma pergunta: será que hoje rola? Por mais que a previsão nos ajude, nunca temos 100% de certeza, e nesses dias vivemos tempos de agonia, sempre evitando programas sociais nos períodos que talvez aconteça o campeonato.

Ossos do ofício: um esporte que nos permite evoluir tanto como seres humanos, que nos proporciona tanto prazer e um bem- estar incrível, tinha que ter um “downside”. Não é fácil amar e acompanhar o Surf e não se indispor eventualmente com patroa, família e amigos. Mais uma habilidade para o surfista: aprender a conciliar o “eu” com o “eles”!

Aloha!