GOLD COAST, QUEENSLAND, AUSTRALIA - MAY 12: Boost Mobile Gold Coast Pro on May 12, 2023 at Gold Coast, Queensland, Australia. (Photo by Andrew Shield/World Surf League)

Durante a 1ª etapa do CS 2023, em ondas de meia a 1 metro perfeitas

As condições em Snapper Rocks estavam perfeitas um pouco antes de começar a janela de espera do campeonato, com tubos e ondas longas de até 6 pés. Entretanto, durante o campeonato o mar perdeu força e as ondas ficaram em torno de 1 metro e até um pouco menos durante algumas baterias. A perfeição ainda estava la, ondas super longas e perfeitas para serem “destruídas” pelos enérgicos atletas, porém já não tinham tanta força.

Mas afinal, o que os atletas escolheram em termos de modelos de pranchas?

Para responder a essa pergunta, fizemos uma análise das pranchas usadas pelos 8 melhores surfistas da competição, e o mais curioso, é que a escolha deles não é homogênea. Claro que todos os modelos são para alta performance, mas há alguns modelos “mais esticados” e finos, que seriam facilmente usados em ondas muito boas e com mais força, e há também, modelos mais largos, com menos rocker e menos caimento de borda que seriam a “escolha mais óbvia” para essas ondas um pouco mais fracas. Abaixo você confere o que os melhores surfistas da competição utilizaram no detalhe:

1º lugar: Samuel Pupo – usou a JS Monsta 10 para ser o grande campeão da competição, mostrando um surf polido, fluído e muito radical. A Monsta 10 é feita por Jason Stevenson (JS) que junto com o Darren da DHD são os shapers locais mais conhecidos e com o maior número de atletas testando e surfando suas pranchas em Snnaper Rocks. A Monsta10 é provavelmente a pranchinha mais popular da JS e a mais usadas em Snnaper, embora, em condições mais fracas como ocorreu no campeonato, muitos surfistas, teriam optado por pranchas mais planos e com mais volume, como por exemplo: Monstabox e BB3. Mas não foi o caso de Samuel que optou pela Monsta10 (um pouco mais performance) e com certeza funcionou muito bem para ele.

2º lugar: I. de Vault – fez uma opção completamente diferente do Samuel Pupo. Imaikalani optou pela Al Merrick OG flyer com a tecnologia Spine Tek (epóxi). Essa pranchinha tem menos rocker que a Monsta10, menos caimento de borda e é mais larga. Essas características, acentuadas ainda mais com a tecnologia Spine tek, fazem essa pranchinha ficar muito rápida e arisca, e a ultrapassar todas as sessões gordas das ondas sem a menor dificuldade. Por outro lado, essas características dificultam um pouco um surf mais de borda.

Imai Kalani vice campeão em Snapper Rocks com sua Al Merrick - OG Flyer em spine Tek

3º lugar: Crosby Colapinto – fez uma opção um pouco mais em linha com a do I. de Vault, com um modelo super reconhecido, testado e aprovado para alta performance em ondas um pouco mais fracas, a Lost Sub Driver 2.0.  Com a tecnologia em PU, a Lost Subdriver 2.0 talvez fique no meio do caminho entre a Monsta10 e a Og Flyer, tendo algumas características semelhantes a Monsta10 e outras mais semelhantes a OG Flyer. A verdade é que essa pranchinha é uma das mais utilizadas nos campeonatos quando se precisa de uma prancha que ande bem em ondas fracas, sem comprometer a alta performance dos atletas.

Crosby Colapinto em Snnaper Rocks com sua Lost Subdriver 2.0

  3º lugar: J. Schilling – fez a escolha mais exótica, na minha opinião. Ele surfou com uma Sharpeye #77 que é uma pranchinha incrível mas que funciona muito melhor em ondas com tamanho e força. É a pranchinha que filipinho usou em Jbay em 2017, naquele campeonato que ele revolucionou o surf realizado em Jbay com um surf de borda absurdo e muito aéreos naquela onda icônica. Surpreende a escolha porque a Sharpeye tem outros modelos que poderiam funcionar melhor nessas condições, como a Inferno 72 ou Inferno FT, uma vez que a #77 fica um pouco mais presa e “atolada” em ondas mais fracas. Mas, claramente, não foi o caso para J. Schilling que surfou muito bem com essa prancha durante o campeonato.

Sharpeye #77 usadas por Jett Schilling durante o CS em Snapper Rocks

5º lugar: J.Willcox - optou por usar a DHD DNA quando o mar estava um pouco mais forte e a 3DV quando as ondas ficaram mais fracas. Uma escolha bem acertada e que faz bastante sentido. A DNA foi a pranchinha de performance mais usada por Mick Fanning em Snnaper – que é o quintal da sua casa – então obviamente é um modelo que entrega muito nessa onda. Por ter um bom rocker e caimento de bordas, ela acaba não desempenhando tão bem quando o mar diminui e fica fraco, e percebendo isso, J. Willcox, optou por usar a DHD 3DV nessas condições.

JWilcox em Snapper Rocks

5º lugar: J.Couzinet - foi outro que usou um modelo de prancha DHD , fabricada pela lenda Darren handley, local de snapper. O modelo escolhido foi a DHD Utopia que é um dos últimos modelos lançados por Darren, feito para Mick Fanning surfar, entre outras ondas, no quintal de sua casa, em Snapper. Ela é uma espécie de “substituta” da icônica “DNA”, entretanto, ela é mais rápida que a DNA e tem mais área no bico e na rabeta, favorecendo um desempenho superior em ondas não muito fortes.

Jorgann Couzinet com sua DHD Utopia em Snnaper Rocks

5º lugar: Jadson André - é um dos poucos atletas que usa pranchas de um shaper menos conhecido. 1-Da-shapers é o nome dessa marca australiana de pranchas que fornece os foguetes para Jadson. Ele costuma usar sempre o modelo “The elite model” para diversas condições de ondas, e essa foi a pranchinha escolhida por ele para esse campeonato. É um modelo bastante performance, com uma quantidade razoável de rocker e caimento de bordas, e tem um outline mais “esticado” do que a maioria das pranchas escolhidas pelos outros atletas.

Jadson André dando autografo para o garoto em Snapper Rocks carregando sua 1-Da-Shapes -The Elite model

5º lugar: Michael Rodrigues – assim como Crosby Colapinto, optou pela Lost Subdriver 2.0 do Matt Biolos. Como já comentado acima, esse modelo é muito utilizada por diversos atletas nos campeonatos quando o mar não está muito grande, e é a escolha de Michael Rodrigues sempre que quer altíssima performance nessas condições. Acompanhamos muito Michael Rodrigues nas competições e nos free surf também e podemos afirmar, com certeza, que esse é o modelo preferido e mais utilizado por ele.