O swell que atingiu grande parte do Brasil no final de semana já se foi, mas muitas ondas e algumas vacas ficam na nossa mente por um bom tempo. Um mar acima dos 1,5m no Brasil não é comum e por esse motivo a maiorias dos surfistas tem algum tipo de dificuldade para surfar bem essas ondas, seja por pouca experiência em ondas maiores, ou simplesmente por estarem há muito tempo sem surfar ondas assim.
Depois do swell vem a reflexão. Um colaborador nosso, após algumas vacas e o preparo sofrível, já decidiu intensificar os treinos na academia. Um amigo meu jurou que vai juntar dinheiro para fazer uma surftrip esse ano para o Peru e ainda acrescentou que a meta da vida dele é fazer uma surftrip por ano para melhorar seu Surf.
Uma reclamação constante que ouço dos amigos e clientes é em relação a prancha de Surf usada nessas condições. Grande parte dos surfistas usam a mesma prancha para pegar aquele meio metro ou meio metrão característicos do verão nessas ondas acima de 1,5m a 2m. Não adianta, não vai funcionar direito.
Mesmo quem tem outras opções de prancha no quiver, em condições assim ficam na dúvida do que usar. Por exemplo, essa foto foi tirada por “Paulo Guadaluppefilmes” nesse domingo no Guarujá com ondas entre 1,5m a 2m. Conversando com o surfista da foto, ele me disse que estava com uma Al Merrick Proton tamanho 6´4 e que estava muito boa para remar nas melhores da série, entretanto, me confessou que a prancha estava um pouco presa porque é um modelo ideal para ondas super cavadas.
Disse que ficou em dúvida se deveria cair com sua Dhd Ducks Nuts 6´0 ou com essa Proton 6´4. Acrescentou que o ideal seria uma prancha no meio do caminho, talvez 6´2 com menos rocker e ligeiramente mais solta porque as ondas que ele encarou no Guarujá estavam um pouco gordas, mas que infelizmente não tem essa prancha em seu quiver.
A reflexão sobre pranchas e o quiver adequado é sempre muito válida porque nos faz buscar uma melhora na performance e consequentemente na satisfação que teremos com o Surf. Hoje em dia, os fotógrafos de plantão nas principais praias nos ajudam muito, através das fotos, a nos dar feedbacks valiosos do que estamos fazendo errado, de como podemos “entrar” melhor na manobra, como posicionar o tronco e os braços de maneira mais eficiente, e em alguns casos, dá até para reparar se a prancha usada está adequada ou não.
Apenas concluindo sobre o quiver. Claro que por questões financeiras não é possível termos todas as pranchas que gostaríamos para cada swell. Entretanto, para quem tem a possibilidade de ter mais de uma prancha no quiver, vale a pena ter uma pranchinha chamada “step up” com 3 a 6 polegadas a mais que a pranchinha do dia-a-dia, para encarar dias clássicos e grandes como desse fim de semana. E com isso já fica preparado para a próxima Surftrip em locais com boas ondas.
Eu preciso confessar que tive também minha dose de reflexões. Mas envolvia questões mais existenciais como largar tudo e viver do Surf na Indonésia, mas logo acordei e lembrei da família e das contas a pagar e voltei para a realidade do dia-a-dia já sonhando com o próximo bom swell!
Aloha, Caio
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